O Rutger Hauer que o Miura falou – PARTE 1

É comum entre os fans de Berserk sempre associarem a figura de Gatts ao Bruce Campbell, o ator (hilário e bonachão ^_^) que dá vida ao Ash de ‘The Evil Dead’ (1981 ‘Uma Noite Alucinante’, para os nascidos, criados e educados pela Sessão da Tarde e Cinema em Casa nas décadas de 80 e 90).

O nosso bom e velho Master Kentaro Miura nega em sua entrevista mais conhecida que NÃO copiou a saga do Sam Raimi, que teve medo de ser processado, etc, etc. Se o Miura copiou descaradamente The Evil Dead, isso não vem ao caso. É assunto para oooooutro tópico

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O assunto central desse post é o resgate de um antigo post que fiz na página do Girls Who Love Berserk:

Quem é o ator que Miura cita como base direta para Gatts?

Quais personagens dele serviram para compor sua personalidade?

Quem é o Rutger Hauer que o Miura falou? 

Mesmo sendo suspeita para falar do Hauer, tentarei, com muita dificuldade, ser imparcial. Afirmo que 30% do meu amor por Berserk é por causa dele, de quem eu sou fan antes mesmo de ser fan do quadrinho em si.

Hauer em A Morte Pede Carona: Psyco fodão!

Rutger Hauer é um ator holandês (desbocado e malandro ^_^) que teve boas performances nas décadas de 60 e 70 em sua terra natal, principalmente em parceria com o diretor Paul Verhoeven. Ingressou no mercado gringo na década de 80 com excelentes performances (algumas das quais irei tratar aqui) e deu uma decaída na década 90, retornando em alguns papéis interessantes nos anos 2000 até agora.

Hauer como o replicante Roy Batty: Uma das melhores atuações dele.

Alto, loiro e com cara de “vilão de filme de James Bond”: o típico estrangeiro que Hollywood assimila sem perder sua essência bairrista. Como foi dito, os 80’s para o Hauer foram frutíferos em Hollywood. Ele roubou a cena, mastigou, cuspiu e humilhou valendo o Harrison Ford em Blade Runner (1982), meteu medo em The Hitcher (1986 A Morte Pede Carona), deixou a mulherada nerd apaixonada em LadyHawke (1985 Feitiço de Áquila), etc, etc

Etienne Navarre: Qual menininha nerd dos 80s não queria ser amada por ele?

Nem todo fan de Berserk é obrigado a gostar dos filmes citados ou a perder seu precioso tempo livre assistindo a todos eles (exceto Blade Runner, que é uma obra ímpar). Sem mencionar os filmes ruins de doer e sangrar os olhos que ele fez nos 90’s Olhe que tem MUITOS

Mas no mínimo está INTIMADO a assistir AOS DOIS FILMES que o Kentaro Miura cita na bendita entrevista onde o Rutger Hauer atua. Nesta primeira parte, falarei sobre Conquista Sangrenta. Na próxima matéria, sobre Gladiadores do Futuro.

 

Nafitalina Pura!

 

Flesh And Blood (1985 – Conquista Sangrenta)

Dirigido por Paul Verhoeven, apelidado pelos cinéfilos brasileiros como o “Nelson Rodrigues Holandês”, é um filme que Miura viu, reviu, viu novamente com toda certeza.

Provavelmente, para uma luta injusta e solitária de 5 contra 1

Muita p*taria, sangue, violência, crueldade, peste-fome-guerra, fanatismo religioso, insanidade, gente enforcada em árvores, castelos pegando fogo, donzela com as periquitas pegando fogo, mercenários vingativos e nobres sacanas, em uma Europa no período de transição da Idade Média para a Idade Moderna.

Berserk é, sem dúvida, reflexo dessa obra cinematográfica. Sob inúmeros aspectos, sendo os principais deles o período histórico em evidência, a rotina das guerras e dos mercenários e a crueldade humana, sempre presentes na obra do Verhoeven.

 

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O mercenário Martin, personagem de Rutger Hauer neste filme foi, no mínimo, referência para Gambino: são semelhantes por serem líderes de mercenários e em tragédias familiares vivenciadas.

A personagem Agnes uma mistura da Princesa Charlotte com a prostituta Nina (do Bando das Quengas de Luka). Oscilam entre covardia e ousadia.

Os ares messiânicos do personagem Martin afirmados pelo padre fucking-crazy (alguém sussurrou Mozgus?), em parte, dão uma sensação de “oh, estou vendo um live-action de Berserk”. A obra também mostra a insanidade de uma das personagens femininas do filme (uma freira, não darei detalhes/spoilers) é semelhante à de Caska.

Além das armaduras e espadas variadas dos mercenários do filme, base conceitual explícita para a diversidade de equipamentos do Bando do Falcão. A mistura de armaduras que Miura disse ser apenas “diversão de desenhista” não vem de graça

Flesh and Blood é um filme para nenhum fan de Seinen botar defeito.

Além de ter uma belíssima cena de nhuff-nhuff na banheira:

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Não me canso de ver essa cena  Miura nos deve uma dessas em Berserk, não é mesmo?!

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Bem, é isso. Se falar mais, é spoiler na certa. A possibilidade de assistir mais de 10 vezes ao filme Flesh and Blood é alta. É como ver um Spin-off de Berserk ^_^

Aguardem a parte 2! Até lá!

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