[BERSERK REVIEWS] – Capítulos 359, 360 e 361

Para a alegria e o deleite da maioria dos fãs, o foco da trama continua em Elfhelm, com ênfase na saga do nosso admirável Espadachim Negro 🙂

[BARREIRA] — No capítulo 359, vimos que Caska ainda não consegue encarar Guts sem que a alma dela colapse. Isso é efeito do fato de a mente de Caska ainda relutar em se abrir totalmente para as memórias do Eclipse, preferindo inconscientemente suprimi-las ainda; e, ao fazer isso, estabelece uma barreira psíquica que a trava mental e fisicamente toda vez que está em presença de Guts, já que a imagem e a voz dele a fazem relembrar-se da trágica perda do Bando do Falcão. Apesar de Caska ter recuperado sua memória e sua personalidade, ainda não superou o trauma do Sacrifício. Assim, a alma de Caska só estará totalmente restabelecida quando ela encarar e superar de vez este funesto trauma.

[Nos Jardins da Cerejeira] — No capítulo 360, vimos mais um daqueles encontros enigmáticos entre Guts e o cavaleiro Caveira. Mas dessa vez deu para entender o que ele quis dizer! Ao dizer que as jornadas de Guts nem sempre têm um final feliz, o cavaleiro Caveira se refere ao fato de a jornada para recuperar a alma de Caska não ter terminado como Guts queria, já que Caska ainda o evita e não o suporta. Mas o que mais de interessante tivemos nesse capítulo foi a revelação de uma nova existência astral, o Daimon, que parece estar no mesmo nível dos membros da Mão de Deus, já que habita as profundezas do Mundo Astral. Ao nos revelar que Flora é agora um Daimon, Miura explica por que ela apareceu espontânea e repentinamente no inconsciente de Caska para auxiliar Schierke. Isso também levanta a suspeita de que o cavaleiro Caveira pode ser um Daimon, já que ele aparenta ser um Ente espiritual que transita entre os planos físico e astral.

[FENDA] — Dando sequência ao diálogo entre Guts e o cavaleiro Caveira, o capítulo 361 inclui na conversa mais dois participantes de peso (um arquimago e um arquianão).

Pelo visto, o cavaleiro Caveira veio até Elfhelm para o mestre-anão Hanarr restaurar sua armadura esquelética (nota-se que a gola da armadura está avariada, pois há um “gancho” faltando); mas, antes de cuidar disso, decidiu parar e conversar um pouco com Guts; já o mago Gedfring veio à procura de Guts para levá-lo até Hanarr em busca de respostas sobre a armadura do Berserker. Vemos assim que este encontro fortuito entre os três não foi meramente por acaso, mas foi obra da causalidade! Parece que a causalidade decidiu levar ambos até a presença daquele que forjou suas armaduras, pondo um mago como mediador entre os dois cavaleiros e o artesão. Claro, a presença do mago aí é apenas por curiosidade, já que os magos se interessam bastante por conhecimentos mágicos; e, nesse caso, Gedfring está deveras interessando em conhecer os segredos da maldição por trás da armadura de Guts.

O mais interessante na fala enigmática do cavaleiro Caveira é a parte sobre a convergência da causalidade. O que quer ele dizer com isso? Teria a ver com a possibilidade de Femto aparecer em Elfhelm na forma do filho de Caska? Ou teria a ver com o encontro dele com o Anão que forjou a Berserker Armor? Infelizmente, devido ao aparecimento e a interrupção repentina do arquimago, ficamos sem saber disso!

Com esse capítulo, agora são três personalidades importantes que se referem ao cavaleiro Caveira com o honorífico real de vossa majestade. A primeira foi Slan e agora foram Gedfring e Hanarr. Miura nos dá aqui a quase certeza de que o cavaleiro Caveira seja o legendário imperador Gaiseric. Gedfring não cita diretamente o nome “Gaiseric”; mas, ao chamá-lo de vossa Majestade e ao mencionar que teve uma audiência pretérita com ele, nos dar a entender isso. Penso que agora é melhor se referir a ele como lorde Caveira, assim como Gedfring o fez. O mais interessante a se notar aqui é a citação ao nome do pai do arquimago. O lorde Caveira se diz lembrar de Gedfring como o filho de Vid! Esse tal de Vid foi certamente uma personalidade importante, talvez um nobre, um general ou um arquimago, já que teve várias audiências com a vossa Majestade, o lorde Caveira. A julgar pela grafia e pela pronúncia, o nome Vid aparenta ser uma reminiscência do nome Void. Claro que não é o mesmo nome, mas também não parece se tratar de uma mera coincidência. Assim, conforme essa semelhança, suponho que Vid possa ser o nome humano de Void, de modo que, quando renasceu como um Mão Divina, renomeou a si mesmo como Void, da mesma maneira que Griffith se autonomeou Femto. Isso significa que Gedfring poderia realmente ser filho de Void. É bastante provável que Vid seja Void! Como foi dito por Morda que Elfhelm, em um passado muito remoto, se envolveu em guerras com um grande país do Continente, e supondo que tivesse sido Midland da época de Gaiseric, então talvez tenha havido um armistício entre Elfhelm e Midland, de maneira que Vid foi incumbido de representar Elfhelm nos acordos de trégua/paz com Gaiseric, o que justificaria sua audiência com o lorde Caveira, que tudo indica ser Gaiseric. E claro, isso explicaria o fato de Gedfring conhecer o lorde Caveira e se referir a ele com o tratamento de vossa majestade; e por outro lado explicaria o fato do lorde Caveira conhecê-lo bastante. Nota: Vid é o nome de um rio na mitologia nórdica e de um deus na mitologia eslava.

Ao se dirigirem à Morada subterrânea do anão Hanarr, Guts e companhia são seguidos por Morda em companhia de Schierke. Essa parte do mangá é interessante porque mostra o lado obscuro e misterioso de Elfhelm, um lugar sombrio e oculto, onde vivem criaturas estranhas, excêntricas e reservadas, sobretudo usuários e praticantes de necromancia e ocultismo, como é o caso de Vol, a bruxa mestra de Morda. Durante essa breve interação entre Morda e Schierke, ficamos sabendo de duas coisas interessantes: 1) Elfhelm já esteve em guerra com um grande país do Continente e 2) no passado, os feiticeiros/magos de Elfhelm usavam a magia para a conquista e o terror. Sabemos que o lendário rei Gaiseric conquistou muitas terras estrangeiras e expandiu bastante o seu reino originário (Midland), transformando-o em um grande império. Talvez o grande país do Continente com o qual Elfhelm guerreou tenha sido o Império de Gaiseric, e talvez por isso os magos e feiticeiros daquela época usassem a magia para batalhar e se defenderem dos invasores. Volvapa, a feiticeira mestra de Morda, parece ser uma bruxa remanescente desse passado. Aliás, Volvapa menciona uma possível realização de uma antiga previsão dos arquimagos, e talvez isso tenha relação com a vinda de Femto para o mundo real e o projeto de realização de um Segundo Império de Gaiseric. Se for o caso, então Elfhelm deverá se preparar para o caso de Femto e seus exércitos invadirem Elfhelm, e talvez isso tenha relação com o interesse de Gedfring nos poderes da armadura amaldiçoada. Aliás, já que Volvapa é uma bruxa especialista em necromancia, poderíamos nos perguntar até que ponto ela é capaz de interagir com os mortos, sobretudo com as almas sacrificadas pela Mão de Deus. Sendo assim, fica no ar a hipótese de que Volvapa consiga comunicar-se e fazer contratos com as almas dos mortos, e, em algum momento, invocar e incorporar as almas dos membros originários do antigo Bando do Falcão sacrificados por Griffith. Isso é oportuno e interessante porque abre a possibilidade de Caska interagir e conversar com a alma de Judeau sobre o Eclipse, de modo que isso poderia vir a ajudar Caska a superar seu trauma do Sacrifício demoníaco, e, assim, poder encarar Guts sem entrar em crise.

O encontro entre o mago, o anão e os dois cavaleiros é bastante interessante! Nesse encontro, o que mais chama a atenção é a maneira tétrica que Hanarr se refere ao lorde Caveira. A impressão que fica disso é que o lorde Caveira, apesar de parecer estar morto, permanece no Mundo dos Vivos graças a esquálida armadura que o veste. É como se a armadura de Hanarr contivesse e mantivesse a alma do lorde Caveira na Terra, possibilitando que interaja fisicamente com as coisas do Mundo Real. Essa suposição reforça a hipótese de que o lorde Caveira seja um Daimon; mas, mais que isso, levanta uma outra hipótese interessante: o lorde Caveira permanece efetivamente no plano físico graças a uma poderosa magia de confinamento encerrada na armadura. Isso me faz lembrar do Senhor dos Anéis, onde havia os 9 Espectros do Anel que não tinham forma física e por isso usavam armaduras negras ocas para conter seus espíritos funestos. Uma outra possibilidade seria a armadura esquálida conceder sobre-humana longevidade àquele que a veste. Talvez o lorde Caveira, para vingar-se de Void e da Mão Divina no curso do tempo, tenha buscado os artifícios mágicos de Hanarr. De algum modo, isso explicaria a fala de Hanarr ao dizer que o lorde Caveira é apenas um “cadáver ambulante” preso a um “fatídico destino”. Claro, não esquecendo que ainda há a possibilidade do lorde Caveira ter vestido a berserker armor em um passado remoto. Esperamos que o gênio Miura esclareça essas coisas até o final desse arco!

Para a surpresa geral, Miura acaba o capítulo de forma inesperada! Aliás, o nome desse capítulo deveria ser A INVOCAÇÃO DO BERSERKER, pois Hanarr, ao simples bater do seu martelo mágico, chamou para fora a insanidade destrutiva da armadura negra. Hanarr é o criador da armadura do Berserker, então é esperado que ele a controle. Nota: Hanarr é o nome de um Anão na mitologia nórdica.

Hanarr decidiu repentinamente invocar a armadura negra para mostrar seus poderes a Gedfring, já que o mago estava desejoso de saber como a armadura funciona. Isso não é apenas uma amostra para Gedfring, mas é um teste para Guts, pois Hanarr deve estar curioso de ver se há alguém capaz de controlar e usar os poderes de sua destrutiva criação. E a vinda de Schierke até ali não foi por acaso! Se Guts sair do controle e se perder, há a nossa poderosa bruxinha para ajudá-lo a se reencontrar. Provavelmente, Guts perderá a consciência e atacará a todos ali, pois ele ainda não controla a natureza devastadora da armadura. No próximo capítulo prevejo que teremos cenas fortes e intensas.

Uma OBSERVAÇÃO interessante: Ao avistar o anão Hanarr, Guts se lembra de Godo, o ferreiro que forjou a sua Matadora de Dragões. Realmente, Godo e Hanarr se parecem bastante! Talvez Godo fosse um descendente dos antigos Anões de Elfhelm que outrora habitaram o Continente. Quem sabe, né!

Miura deixou um comentário para esse capítulo: “O levantamento de peso se tornou meu hábito desde que comprei um conjunto de halteres em abril, tem sido muito útil.” Em tempos de pandemia de coronavírus, faz muito bem nos exercitarmos, pois precisamos fortalecer as defesas de nosso corpo contra este terrível inimigo invisível 😉